Nas férias de Verão não fui longe, fiquei por casa com algumas idas à praia de tarde até...
Sem pressas nem stress pelas 16H quando o Sol está mais amigo e o trânsito também, partíamos para uma das praias da nossa costa (Praia do Castelo, praia do Rei, Fonte da Telha, etc) até a Lua aparecer e as luzes da cidade lá ao fundo se acenderem, até anoitecer mesmo.
Saboreei banhos no mar pela 21h, escuro que nem breu e calma, só eu ali, eu e um barquinho que regressava da pescaria tão lento que parecia parado.
Ao olhar para o barquito achei-o invejoso de mim, como se
naquele dia, cansado a regressar do trabalho na mesma rota de todos os dias ao passar por mim, tivesse vontade de fazer gazeta, desviar-se do seu caminho habitual e ficar por ali comigo a boiar sorridente ao sabor das ondas calmas, suspirar, fechar os olhos, ouvir só o mar e teimosamente surdo para quem o chama para quem o quer de volta, para as vozes da praia, consciente da sua travessura e desobediência mas, é só hoje, deixem-me aqui só um bocadinho...
Fonte da Telha ao pôr do Sol, os pescadores chegam à praia e enquanto descarregam o peixe são rodeados de gaivotas loucas que gritam histéricas e atrevidas.
Também algumas pessoas que ainda estão na praia observam curiosas a lufa-lufa dos pescadores, tiram fotos e filmam qual atracção turística.
As nossas praias não são lindas? Agora as gaivotas partem, os pescadores já levaram o peixe...
Os curiosos também estão de partida mas não sem um "até amanhã ao pôr-do-sol
Ontem a última notícia que ouvi dava conta de 236 incêndios neste Portugal tão pequeno e à beira-mar plantado.
O meu coração fica pequeno e lamento...
Lamento as árvores queimadas, os animais mortos.
Lamento as pessoas que vivem e dependem do seu trabalho no campo e da criação de animais e perderam tudo.
Respiramos agora o ar de cinzas e cheiro a queimado.
A Natureza está de luto, o fogo é impiedoso, mata e destrói implacavelmente, mas
quem ou o quê o acordou, quem ou o quê o ateou?
Todos os anos no Verão é este massacre à Natureza
Cada vez mais anseio pelo Outono meu querido Outono de repouso.
É o Verão com a força do calor, aqui por Lisboa rondam os 34º e eu a destilar...
Dizem uns - é tempo dele, dizem outros - o que faz mal é que a temperatura muda de repente e dizem outros ainda - o tempo está mudado...
Eu já sem forças nem digo nada, só transpiro, dilato e em pensamento grito:
Quero uma árvore! quero uma árvore só para mim, quero a sua sombra, só quero ouvir o sussurro das suas folhas.
Não têm ideia do valor das árvores, da falta que fazem principalmente numa numa cidade poluída,
Não percebem como elas são amigas, são a mãe que devemos respeitar sempre, são o nosso ar, são o nosso Deus, são Vida
Abatem-nas porque estorvam, porque cresceram demais, porque precisam daquele espaço para construir qualquer coisa.
Não vêem que arrancam uma árvore e logo compram uma botija de oxigénio.
Alguns tratam-nas como adorno, para outros é só um negócio,
Para mim é o meu ar, é Deus, é fonte de Vida
Blogs que me falam
Músicas que sinto
I only ask of God - outlandish
Finalmente a sós - Jorge Palma
Livros que não esqueço
Crónica dos bons malandros - Mário Zambujal
As Velas Ardem Até Ao Fim
O Perfume-Patrick Suskind (Li-o há 22 anos)
O meu nome é Legião - António Lobo Antunes
A Casa dos Espíritos - Isabel Allende
A Ilha das Trevas - José Rodrigues dos Santos
Rapariga Com Brinco De Pérola
para ler e não esquecer
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