não é um diário, apenas alguns apontamentos dos meus dias com o que sinto, com o que me vai na alma e no pensamento
Sábado, 19 de Dezembro de 2009
Há Natal e Natal

Não há "um" Natal, há Natais.

Não há um Natal igual para todos.

Há sim, o Natal de uns e o Natal de outros.

 

Todos festejam o Natal ainda que de maneiras diferentes,

mesmo aqueles que não se dizem religiosos arranjam uma maneira de festejar o Natal.

Uns substituem o "menino Jesus" pelo "Pai Natal" ou

o presépio pelo Pinheiro e dá no mesmo.

Outros festejam com todos os estes símbolos, e está tudo muito bem.

 

Todos têm Natal

uns com o perú outros com frango;

uns com grande consoada e grande família reunida, outros com um jantar melhorzinho que o costume tendo a televisão por companhia;

uns com presentes dourados (qual deles o mais caro), outros como presente um par de meias.

 

Acreditem ou não, há Natais que de tão diferentes e tristes que são, ninguém se interessa por eles, ninguém quer saber deles, mas existem.

 

Não me refiro só ao Natal do sem-abrigo, do mendigo, do miserável,

esse Natal,

nós até sabemos como é, não dá para esconder ou disfarçar, está à vista de todos, tendo nós a possibilidade de não reparar nele ou de simplesmente olhar p'ro lado, porque não temos culpa, são vidas...enfim

esse Natal,

até é necessário ao Natal de outros, porque lhes dá uma oportunidade de numa noite se redimirem com actos de beneficiência, dando esmolas, de se destacarem (de preferência com alguma publicidade) fazendo o bem, distribuindo presentes.

Esse é um Natal público infelizmente para uns e felizmente para outros.

 

Mas refiro-me também a outros Natais, de gente que não tem uma vida muito diferente da nossa, de gente que até vive muito perto de nós, gente que luta por ter as mesmas oportunidades, gente que tenta viver com dignidade, mas só consegue ir sobrevivendo, gente que esconde, que disfarça, que tem vergonha de mostrar como é o seu Natal, gente que passa por nós, gente igual a nós, mas, com um Natal diferente.

 

Afinal, há vidas diferentes, há Natais diferentes.

 



publicado por Gi às 14:52
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Quinta-feira, 10 de Dezembro de 2009
Há 22 anos (1987)

O dia 10 de Dezembro também foi numa quinta-feira, o dia em que a minha mãe se despediu da vida por causa daquela malvada doença que se deu a conhecer de repente e a dominou em pouco tempo.

 

No primeiro aniversário da minha filha (12 Setembro) a avó estava tão bem a adorar os caracóis negros e os lindos olhos de azeitona da neta - era assim que ela dizia.

No dia seguinte a malvada doença deu o seu primeiro sinal e durante cerca de 3 meses foi travada uma luta desigual que a minha querida mãe não conseguiu vencer!

 

Agora o seu corpo não é nada, já não a vemos, já não a ouvimos, já não a tocamos...

mas, o seu espírito, a sua luz, a sua alma - qualquer destas nomenclaturas serve para nos referirmos àquela parte que não acaba, que sentimos, que sem se ver sabemos que está presente e que continua connosco para sempre.

 

Sei que nestes 22 anos ela tem acompanhado, guardado e tomado conta da neta dos caracóis negros e olhos de azeitona e do neto priveligiado - porque sendo mais velho que a irmã, teve a felicidade de conviver mais tempo com a avó.

 

Sei que a minha mãe tem estado connosco, que me tem ajudado, que tem protegido os meus filhos.

 

Sei que a minha mãe é o nosso Anjo, e é muito confortante saber isso.

 

Gosto de acreditar que existem Anjos.

 

Acredito que qualquer pessoa que tenha perdido um ente muito querido, ganhou com certeza um Anjo, será sempre protegida, direi até, abençoada porque tem um Anjo só seu!

 



publicado por Gi às 12:20
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Domingo, 6 de Dezembro de 2009
A minha religião

Costumo dizer que não tenho religião.

Nasci na religião católica (acho que não havia outra por cá naquela altura) fui baptizada, fiz crisma, andei na catequese, tudo como mandava o figorino.

Mais tarde na adolescência conheci outras religiões e tentei seguir a religião que o meu pai descobriu para a sua salvação, aí também me baptizei, tentei cumprir e obedecer seguindo as regras ou - leis divinas - e aprender os ensinamentos da bíblia.

Depois e já adulta afastei-me, cansei-me de regras a seguir, desisti de tentar viver sem pecado com medo dos castigos divinos, de viver a medir boas acções que nunca eram suficientes para merecer o céu que me prometiam, desisti de falar com um Deus que só existia e me ouvia naquela igreja, pois se faltasse ao culto ou reunião já não era merecedora da sua benevolência. 

Deixei de tentar sentir Deus no meu coração, de pedir perdão quando na verdade nem sentia arrependimento e só porque tinha que ser assim.

A verdade é que no seio da igreja conheci tanta hipocrisia , tanto fanatismo, tanta intolerância, tanta descriminação, tantas acusações, tantas ameaças - se não cumprires vais arder no inferno - se não cumprires és expulsa da igreja.

Para mim acabou, não faço parte de grupos, de seguidores de coisa nenhuma, continuei sózinha.

E Deus, aonde está Ele para mim que não tenho religião?

Preciso de ter religião para adorar Deus?

Preciso de adorar um Deus para merecer o céu?

 



publicado por Gi às 20:09
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